Autor: Jean Felski

  • O Laço Vermelho

    O Laço Vermelho

    Eu me chamo Natália e fiquei muito feliz quando recebi a notícia que ria viajar para Minas Gerais em família. Fiquei ansiosa nos dias que se antecederam e no dia, depois de cinco horas no carro. Finalmente chegamos na casa da minha vó que mora num local bem no interior.

    Quando começamos a tirar as malas do carro, eu fui andar pelos gramados do lado da casa da vovó, onde também tem uma pequena floresta próxima. NO meio dela entre as árvores também tem o que sobrou da casa da Bisa. A curiosidade era grande, ainda mais depois de tanto tempo no carro e fui até o meio da floresta. Onde avistei uma coisa da cor vermelha, bem ao lado das paredes velhas da casa.

    Fiquei curiosa, mas não achei nada demais, voltei para casa e fui jantar com o resto da família. Depois de muita conversa tomei banho e fui me deitar. Não me lembro se já estava dormindo quando ouvi uma voz angelical de criança, mas lembro que me arrepiou das costas ao pescoço.

    De manhã quando acordei, ouvi barulhos de sirene. Minha mãe me contou que teve um acidente na avenida a noite. Não dei muita atenção e fui do lado de fora, jogar bola com as minhas primas. Acontece que uma das pequenas bateu muito forte na bola, ela foi muito alto e acabou caindo na floresta ao lado da casa. Como eu era mais velha, tive que ir lá buscar.

    Estava difícil de encontrar a bola e eu fui entrando cada vez mais na mata. Até que cheguei num lugar, e adivinha? Era perto da casa da árvore e por sorte achei a bola ao meu lado, mas sai correndo morrendo de medo. Brincamos com outras coisas naquele dia. No fim da tarde eu estava admirando o pôr do sol, sentei e quando estava distraída, ouvi novamente a mesma voz da noite anterior, sem ter ninguém em volta…

    A noite foi tranquila, mas quando acordei não havia ninguém em casa, desci para a cozinha e achei um bilhete escrito por minha mãe em cima da mesa e nele dizia: “Natália, fomos no mercado e voltamos daqui uma hora”. O café estava na mesa, mas não comi, decidi ir até a casa na árvore, pois algo me dizia que eu precisava ir até lá.

    Quando cheguei, tinha um clima pesado e tenso, parecia que existia algo ruim lá, achei manchas de sangue pelas paredes e… um laço vermelho. Acho que foi o negócio vermelho que vi no dia que chegamos.

    Cada vez que chegava mais perto, mais o clima ficava ruim, quando entrei na casa, avistei pela janela uma menina com cabelos loiros e compridos, o rosto branco, e toda suja de barro, porém, ela também tinha um laço vermelho e num minuto ela sumiu.

    Fiquei com medo, mas ela chegou e parou em minha frente, ela começou a dizer coisas estranhas e bizarras para mim. Comecei a correr com desespero, fui empurrada e cai pra dentro da casa. Tentei empurrar, mas ela foi mais forte e me trancou e até hoje estou aqui presa e me sentindo observada.

    As vezes eu consigo olhar pelos vidros sujos da janela e vejo a menina loira brincando do lado de fora. Também vejo o reflexo do laço vermelho na minha cabeça.

    Texto criado pela minha filha em agosto de 25.

  • Old Dragon – Segunda Edição

    Old Dragon – Segunda Edição

    Esse post não é publi. Ë na verdade um reconhecimento e de certa forma um agradecimento ao time da Buró Editora pelo financiamento coletivo do OD2 – Old Dragon 2ª edição.

    Ano passado foi realizado o financiamento coletivo do Old Dragon no Cartase e para supresa de alguns ele foi financiado em 48 minutos. Sim, foi rapidão por diversos motivos: É um sistema que nos lembra os antigos AD&D, ou seja é nostálgico. Possui regras simples para os iniciantes e também apresenta aprimoramentos para campanhas épicas, que atendem aos jogadores mais experientes.

    Além do livro básico e monstros, eles criaram o livro de regras expandidas para níveis épicos e diversos aprimoramentos como vantagens e desvantagens, raças, classes. Também trouxeram os dois novos cenários oficiais: Valência e Arkhi. Ou seja, se tornaram ao meu ver um sistema completo para RPG medieval. Tudo isso sendo genuinamente brasileiro, não devendo nada aos gringos, o que da mais orgulho ainda.

    Outro ponto super importante é o OD Online. Local onde pode-se comprar os livros, permite acesso as suas versões em pdf e mais do que isso: tem um sistema para gerenciar personagens, campanhas ou ainda acessar informações completas sobre equipamentos, magias e monstros. Cara, além do “sistema” eles criaram um belo lugar para organizar as mesas de RPG.

    Por fim, tô aqui na expectava da chegada de todo o material, em breve. Afinal esse foi outro ponto super positivo do financiamento: eles nos deixaram a par de cada etapa da produção. Estavam abertos a nossa contribuição quanto a correções e até mesmo as chatices de alguns sobre regras e possíveis direcionamentos. Valeu Buró vocês são top #tmj!

  • Crônicas de Morsevra – Pub Agabaoo

    Crônicas de Morsevra – Pub Agabaoo

    Contam os bardos que Altáriël, o doente, fora um visionário. Além de estar além do seu tempo, em função da engenharia de alto nível aplicada na construção da Cidade de Morsevra, ele também pensava no bem-estar daqueles que a frequentariam.

    Entre um alinhamento e outro, feito com os mestres construtores, dizem que Altáriël queria oferecer aos visitantes da cidade um espaço de descanso aconchegante. O melhor que pudesse ser ofertado aos visitantes e independente do nível de riqueza que tivessem.

    Foi ali que um anão construtor e especialista em carpintaria, chamado Agabaoo, entrou na história. Dizem que ele não só apoiou as ideias do rei desde o início, como também disse ter o sonho de construir um ponto de encontro aos visitantes da cidade.

    Agabaoo já havia conquistado a confiança do rei, quando liderou a construção das pontes sem fundo. Então quando eles se apoiaram na ideia da estalagem/taverna o rei desprendeu uma pequena fortuna, para que o sonho do anão fosse realizado.

    Dia após dia, o grupo de trabalhadores sob o comando do anão, promoveu a construção do lugar. Foram meses até que tudo ficasse do jeito que Agabaoo queria e para que a inauguração coincidisse com a da cidade.

    Como é de conhecimento de todos, Altáriël ficou doente e morreu antes do término da cidade. Dizem que um dos últimos que conversou com o rei, obviamente antes dos herdeiros, foi Agabaoo. Parece que no papo em seu leito de morte, o rei lhe fez um último pedido sobre a estalagem: que o lugar reflita a beleza de Morsevra.

    Um bardo me contou que o após o pedido de Altáriël e sua morte. Agabaoo passou um tempo triste, mas usou suas últimas moedas de outro para construir um terceiro andar na construção. Local onde montou um quarto para si próprio, onde também há uma varanda com a melhor vista para as famosas pontes de Morsevra.

    Anos mais tarde veio a tomada do castelo pelos reis magos. Governantes que o controlam atualmente a cidade, mas Agabaoo não entrou em conflito com eles e conseguiu permanecer como dono do lugar até sua morte.

    Desde então, o lugar já teve diversos donos, mas a construção foi tão bem-feita que o lugar praticamente não precisou de manutenção e permanecesse igual desde a sua inauguração. Além disso, dizem que o quarto onde Agabaoo dormia foi fechado magicamente após sua morte, o que gerou mais lendas.

    Uma das lendas diz que o lugar pode ter uma passagem secreta que leva até os aposentos do rei. Já outra famosa é que no tal terceiro andar foram guardadas relíquias antigas. Possivelmente, algum presente de Altáriël ou até mesmo o lucro que o Anão obteve em todos os anos de trabalho.

  • Crônicas de Morsevra

    Crônicas de Morsevra

    Sistema: Old Dragon
    Mundo: Legião
    Campanha: Crônicas de Morsevra

    Prelúdio

    Morsevra é uma cidade estado localizada a noroeste da grande floresta Élfica e às margens da baia de Nastur. Sua construção foi encomendada pelo lendário e primeiro rei Elfo mago de Morsevra, Altáriël, o doente. Sobre a apavorante fissura de Elermov, um cânion praticamente sem fundo, mas de formação recente e afluente do rio torto. 

    Contam que ao longo dos 59 anos de sua construção, foram muitos os que perderam sua vida por ali. Principalmente no último ano, quando Altáriël teve graves problemas de saúde, que culminaram em sua morte. Até hoje bardos cantam que o velho Elfo estava com a saúde em dia. Sendo um envenenamento a mais provável causa de seu falecimento. Porém, depois de 141 anos, nada de concreto foi revelado. 

    Outro fato importante é que os herdeiros de Altáriël perderam o poder logo em seguida à sua morte. Quando o reino passou a ser comandado por um grupo de reis magos, numa espécie de governo coletivo. Apesar disso, espalha-se o boato de que tudo pode mudar novamente. Tendo em vista a ascensão militar de uma herdeira de sangue de Altáriël, a sedutora Linyah.

    Linyah é a descendente mais nova de Cillileas, único filho sobrevivente de Altáriël,, que passou boa parte de sua existência escondido na Floresta da Mãe Vingadora. Ele preferiu a vida tranquila e se isolou com sua família, depois que todos os seus irmãos fracassaram na tentativa de retomar o trono.

    O exército de Linyah é formado em sua maioria por mercenários em busca de riqueza e títulos de nobreza. Ambos prometidos pela sedutora princesa de todas as formas possíveis. Dizem inclusive que a revolucionária já prometeu casamento para muitos e isso é tido como uma moeda de troca nas apostas.

    Muitos mercenários também atuam na pirataria e usam Morsevra como banco. Tendo em vista a alta segurança proporcionada pelo exército de Golens de carne, controlados pelos reis magos. Outro grande atrativo da cidade são os calabouços subterrâneos que foram transformados em lojas diversas ou cassinos, com todos os tipos de jogos, dos exóticos aos bizarros.  

    Se visitar Morsevra não deixe de ir ao famoso pug Agabaoo, hospedagem e ponto de encontro da elite. Se possível, também faça um passeio pelas famosas pontes sem fundo, do centro da cidade. Aliás, lá tem uma linda vista para o castelo, uma fortaleza que parece flutuar em meio a fissura de Elermov. E se ainda der tempo, leve um retrato seu pintado na hora às margens da grande cachoeira Aodhairian. Uma singular entrada de água do rio Torto, que na época das chuvas de verão deságua no infinito da fissura. 

  • Volta pro refúgio

    Volta pro refúgio

    O meu cavalo já estava no limite e eu precisei passar por uma grande avenida abandonada. Estava a caminho do refúgio leste e devia ser algo em torno de 2 ou 3h da madrugada. Tá, eu sei que foi uma péssima escolha de horário para retornar…

    Ao me aproximar de um viaduto eu vi ao longe aquele ser perambulando. Na sombra da lua crescente ele ou ela parecia um zumbi. Alguém que ficava ainda mais tenebroso por causa das roupas de frio que cobriam até a cabeça. Também, por um saco grande e aparentemente pesado que arrastava pelo asfalto.

    Decidi que deveria continuar, pois era o caminho mais curto. Em qualquer outro atalho ou caminho certamente eu precisaria fazer um descanso e isso não estava nos meus planos. O barulho das ferraduras parecia não incomodar aquele ser que manteve seu ritmo calmo e esforçado. Então, percebi que teria de acelerar ou frear para não dar de cara com aquilo.

    Mesmo com o cavalo já pedindo arrego, optei por acelerar. Uma, duas… somente na terceira esporada é que ele reagiu e acelerou o trote. Coitado! Dava para ouvir a sua respiração ofegante, mas confiei no seu empenho.

    À medida que nos aproximávamos eu não sentia nenhum movimento brusco do sujeito, tampouco um olhar ou pausa. Seu foco era evidente no arraste de algo. Com o encontro inevitável, comecei a reparar melhor e vi que havia alguma coisa se mexendo no saco, ou melhor sobre ele. Não era humano, a menos que esse possuísse quatro patas. O que não me seria algo inédito.

    Sim! Aquele ser completamente agasalhado arrastava uma maca improvisada e sobre ela um cachorro muito grande. Com certeza era um cão. Eu pensei. Nessa época de pouca oferta de proteína, tudo vira alimento, inclusive alguns temem mais os canibais que os zumbis. Eu por outro lado ainda sinto maior ameaça nos infectados ou na falta de antibióticos.

    Passamos por aquele ser, que simplesmente nos ignorou sem apresentar qualquer tipo de ameaça. Ali surgiu um alívio, pois uma briga naquele lugar, correndo o risco de morrer ou perder o cavalo, seria uma grande merda.

    Puxei as rédeas no mesmo instante que passamos pelo individuo. A ideia era aliviar o esforço do meu companheiro e foi mesmo, pois em seguida fomos alvejados por meia dúzia de flechas. Sendo que duas acertaram precisamente o pescoço do cavalo, que se assustou e me derrubou. Depois ele se debateu em vão, se ajoelhou e provavelmente morreu em decorrência dos ferimentos ou outros projéteis, que choveram.

    Sai correndo, algumas flechas fizeram zunido ao passar rente as minhas orelhas até que cheguei a uma casinha. Dessas que provavelmente serviam de base para polícia local. Fiquei ali pensando no que fazer e rapidamente decidi arrastar uma mesa para conter a porta. Estava cansado, mas não consegui pregar os olhos. Em alguns momentos eu ouvi barulho de serra, noutros de machadadas e se não bastasse os caras ainda brigaram para ver com quem ficava com o maior pedaço de carne do pobre equino.

  • Personagem Halfling para Old Dragon

    Personagem Halfling para Old Dragon

    Nome: Athemir Red Rock
    Sistema: Old Dragon
    Nível: 6
    Raça: Halfling
    Idade: 31 anos
    Alinhamento: Ordeiro
    Classe: Homem de Armas
    Especialização: Guerreiro
    Arma principal: Besta

    A história de Athemir

    Athemir nasceu na região de Entremares, numa comunidade agrícola do vale central de Ryanon. Seus pais, irmãos e todo mundo que conhecia vivia em torno da produção de alimentos. Entretanto, desde muito novo o Halfling sempre demostrou muito interesse na caça e com o tempo o tempo se especializou em armas de ataque a distância, principalmente as bestas de mão.

    No início de sua idade adulta a comunidade passou por uma grande seca e atividades como extrativismo, pesca e caça ganharam foco. Foi ali que a vida de mercenário lhe foi proporcionada, inclusive a participação em grupos exploratórios.

    Em suas andanças, Athemir conheceu Gondar, a cidade-estado dos Grizzis e Porto Invicto, cidade-estado dos invictinanos. Onde aprendeu a conviver com os humanos e se tornou muito próximo de uma elfa pirata, chamada apenas de Fhall.

    Sempre que possível o Halfling separa parte de seus rendimentos e leva para sua família na comunidade rural. No entanto faz mais 33 luas desde a última vez que ele apareceu por lá. Situação que o deixa um tanto aflito, pois a saudade afeta seus sonhos a noite.

  • Posse do presidente

    Posse do presidente

    Sousa chegou para o trabalho em meio ao tumulto de vários protestos e ruas bloqueadas. Com isso, seu tempo de deslocamento habitual foi maior e ele precisou agilizar seu ritual diário. Tirou o uniforme da mochila, passou o ferro a vapor e se vestiu conforme as regras que aprendera no quartel. Ah sim, também teve que dar uma nova lustrada nas botas e tirar alguns pelos soltos da barba, que insistiam em crescer a cada dois dias.

    ­­— Sentido! — Comandou o superior.

    Iniciava ali o agrupamento de todos que fariam parte da cerimônia de posse do novo presidente do Brasil. O batalhão de Sousa ficou responsável pela segurança da caravana oficial no trajeto até a catedral e de lá até o congresso. Algo que não deveria ser preocupante, se não estivéssemos vivendo naquele contexto de brigas ideológicas.

    Por onde eles passavam alguns, mesmo civis, batiam continência. No começo Everton respondeu, mas depois de um tempo passou a ignorar tais cumprimentos feitos de forma fora de contexto ou protocolo. Já em sua moto, uma Harley Davidson Police Road King, ele colou as luvas, o capacete e a manobrou para frente dos demais. Em seguida abriu a parte da frente do capacete para cima e discursou brevemente.

    — Senhores, a nossa missão de hoje é independente das crenças pessoais. Estamos aqui para proteger vidas e conduzir a civilidade. A formação é mesma que treinamos nas últimas semanas e nenhum tipo de desvio será permitido. Não nos cabe defender nenhum posicionamento ideológico ou partidário. Reforço que tais demonstrações acarretarão punição, com perda dos privilégios que os senhores sabem que tem. Todos de acordo!?

    — Capitão, a manobra delta… — Falava o terceiro sargento novato, quando foi interrompido pelo subtente puxa-saco.

    — Claro que não sargento. Somente a Zeta!

    Muitos riram, mas Sousa se manteve calmo e sério. O tempo quente de Brasília o incomodava e se não fosse a baixa humidade, certamente o suor estaria lhe escorrendo pela testa naquele momento. Ele respirou fundo e concluiu sua fala de forma ditatorial.

    — Quietos! Se concentrem na missão. Não faremos nenhuma manobra fora do combinado e mantenham o planejado, mesma coisa para as contingências. Vamos, em posição! O presidente está entrando no carro.

    Motores ligados, o cheiro de gasolina e as motos se posicionaram a frente, nas laterais e atrás do SUV preto e fortemente blindado. O caminho até a catedral não apresentou nenhuma ameaça ao comboio. Alguns se manifestaram com cartazes, outros faziam sinal de arminha com os dedos. Muitos simplesmente vaiavam e a grande maioria celebrou. Além disso, nenhuma manifestação de violência se percebeu no caminho até a catedral.

    No caminho de volta uma das motos teve problema e a parte de trás do comboio ficou parcialmente desprotegida. A manobra de contingência foi aplicada, mas não foi suficiente para conter a massa de pessoas que se aproximou do SUV na chegada ao planalto.

    Sousa recebeu o aviso no rádio e junto dos demais seguranças e oficiais agilizou a descida do presidente e vice. Na lembrança, ficou a ajuda prestada a uma mulher de muletas, um índio de sunga vermelha que abraçou o presidente e a Marina. Uma menina, com pouco mais de 3 anos que vestia a camiseta amarela da seleção e praticamente foi jogada para o presidente.

    Com a ajuda dos assessores e um bom acordo com os pais a menina foi carregada o colo prelo próprio chefe do executivo. A foto com ela estampou a maioria das matérias ao longo daquela primeira semana do ano.

  • Fórmula 1 em 2035

    Fórmula 1 em 2035

    O dia amanheceu nublado em Abu Dhabi e Enzo Ribeiro acordou aflito com a corrida. Sua noite foi de pouco sono onde estava nitidamente preocupado. Seria sua estreia na nova formula 1 e como tem se noticiado, ele é “A Grande promessa do Brasil” para essa temporada.

    O Fato de estar nublado pode impactar o novo sistema de carregamento dos veículos, que desde 2030 possuem motores 100% elétricos. Sendo o sistema de recarga solar do autódromo um dos diferenciais. Outro detalhe importante é o carregamento por indução, onde em determinados pontos da pista ocorre a recarga das baterias dos veículos.

    – É muito legal ver em funcionamento um sistema que até então só podia ser visto nos games, alguém ainda lembra do Top Gear 3000 de 1995? Era nessa pegada, meu pai conta que jogou muito. – Comentou Enzo para os repórteres.

    Pontualmente, as 16h00 o xeique Omar Ali Youssef faz o brinde e as luzes do semáforo de largada se acendem. Inicia-se ali o tradicional período de 10 minutos que antecede a volta de apresentação. Enzo larga em terceiro e ficar atrás do piloto da pole, lhe garante uma posição estratégica.

    Os técnicos das equipes começam a se movimentar pas os boxes e as luzes mudam, indicando 5 minutos. As mãos de Enzo apertam incessantemente o couro sintético do volante. Algumas luzes do painel piscam e o marcador da bateria exibe carga total. O suor ultrapassa a camiseta e ele sente o macacão molhado nas costas. Ali um filme passa em sua cabeça, mas ele foca nos dias que treinou nos simuladores.

    Vem as auzes de 3 minutos e Enzo lembra do apoio que recebeu de sua equipe, mas seu pai é figura central em seus pensamentos. “Será que o velho vai ficar feliz se eu chegar entre os cinco primeiros?” afoito, ele pensa. Um pingo de suor cai em seu olho esquerdo. Ele solta as mãos dos volante e precisa alongar os dedos para aliviar a tensão. Em seguida, abre a viseira do capacete e consegue secar o olho.

    Mais duas luzes se apagam e ele lembra que ainda faltam longos 60 segundos. Então ele fecha a viseira do capacete, reposiciona as mãos no volante e percebe que a carga da bateria foi para 98%. Surge a preocupação com uma possível fuga de energia e ele avisa no rádio. O engenheiro chefe lhe tranquiliza:

    – É normal cara, as vezes nesses 10 minutos os carros podem perder até 3 ou 4% da carga. Respira e acelera!

    Ele mal consegue responder e solta apenas um tímido “ok, obrigado”, que a interferência e a estática quase abafam por completo. A sua cabeça tenta processar o que lhe foi dito e outras luzes se apagam indicando que faltam 15 segundos. Ele se lembra do primeiro beijo em Sophia, sua atual namorada e vem uma excitação.

    A Adrenalina começa a ser liberada em seu organismo, o coração salta a uma frequência de 120, 125… 130. As luzes verdes surgem e eles largam para volta de apresentação. A cada curva o vento refresca e o suor se torna imperceptível. O carro está bem ajustado e o Enzo se sente confiante para mais um pódio em sua carreira.